Como PMEs podem utilizar dados na gestão – Parte 1

O processo de tomada de decisão – a necessidade de mudar

 

Nos anos 1980 eu trabalhava na área de projetos de logística de uma grande multinacional e comecei a introduzir na organização uma série de instrumentos informatizados para controle de estoques. Repeti a experiência anos depois como consultor em dois ou três projetos. Em todos estes casos, as pessoas que trabalhavam diretamente na operação dos armazéns e almoxarifados levaram muito tempo para começar a confiar nos dados que o computador mostrava. Eles sempre iam conferir no armazém, fisicamente, se o material que o computador lhes indicava que estava lá de fato se encontrava disponível. A mudança de gerir vendo e tocando para gerir confiando nos números processados que o computador mostrava, em muitos casos ,se constituía em uma limitação que se demonstrava insuperável.

Quando falamos de usar dados na gestão imaginamos que se trata apenas de tecnologia quando na verdade se trata de uma mudança na forma de agir e de pensar. Qualquer decisão que tomamos para otimizar o uso de recursos para atingir um determinado fim – é disso que se trata a gestão do negócio – tem início recolhendo dados e informações, para então sintetizar os mesmos de forma a facilitar a análise – em outras palavras, gerar informações úteis processando dados – analisar os mesmos, tomar uma decisão, executar a decisão, acompanhar os resultados colhendo novos dados e informações sobre os resultados reais comparados com os resultados esperados, tomar ação corretiva se necessário, até atingir o resultado esperado.

Se você analisar os passos descritos acima, toda decisão que você toma segue a sequência apontada, mesmo que você nunca tenha parado para pensar nisso. Esse conjunto de atividades (ou passos, ou ainda fases) constituem o processo de tomada de decisão e queira ou não queira reconhecer, o fato é que toda decisão que você toma segue este processo. Se você tiver uma personalidade impulsiva, recolherá menos dados, confiará nos seus instintos e tomará a decisão rapidamente, quase sem processar os dados e informações e sem medir as consequências. Se você for de personalidade mais disciplinada e racional, as etapas são mais fáceis de reconhecer e você usará mais dados, tomará mais tempo para fazer análise e finalmente tomará a decisão.

Em igualdade de condições, quem é que você acha que tomará melhores decisões, o impulsivo ou o racional?

Então, a primeira questão que devemos considerar, se quisermos usar os dados e informações disponíveis para gerir melhor o negócio, é que você terá que mudar. Se não estiver disposto a mudar, de nada adianta comprar tecnologia. Mudar é difícil. Mudar dá medo pois implica abraçar o desconhecido. Um vetor desta mudança será a necessidade de adotar a educação continuada. Aprender coisas novas será uma necessidade constante.

Decidida esta questão, a necessidade de abraçar a mudança saindo da “zona de conforto”, a próxima reflexão que proponho está relacionada com ter mais dados a disposição, que, a princípio, não muda o processo de tomada de decisão, mas, gera a necessidade de você, mais uma vez, mudar de atitude. Na Parte 2 deste artigo desenvolveremos esta questão.

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Perfil do Autor

Cristian Welsh Miguens
Cristian Welsh Miguens
Sócio Diretor da IRON Consultoria

Foi Presidente do IBCO-Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização e Delegado diante do ICMCI; é sócio Diretor da IRON Consultoria; foi Professor da Escola de Negócios da Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo.

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